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quarta-feira, 8 de março de 2017

Opinião



Geromito, Geromonstro, Geromel

Há tempos, eu não dedicava um espaço mais generoso para alguém do atual elenco gremista. Faço agora.

Pedro Geromel chegou discretamente, nome engraçado, visual à antiga, ficou na reserva, suas primeiras atuações não entusiasmaram. Aos poucos, ele foi subindo, subindo e hoje, não tenho receios em dizer que Geromel é o melhor zagueiro do Grêmio dos últimos 50 anos. Não é o maior, mas é o melhor. Falta-lhe uma biografia mais encorpada de conquistas com a camiseta tricolor.

Os torcedores mais velhos e saudosos costumam dizer: "No meu tempo havia o fulano, este sim era o cara". Geralmente, a afirmação é verdadeira, porém, no caso de Pedro Geromel, eu não encontro parâmetros nos zagueiros do passado.

Vi em 1967, Airton Ferreira da Silva em seu ocaso no Grêmio, portanto, há meio século. Eu tinha 8 anos, pouco tempo passado e o revi "enganando" no Cruzeiro de Porto Alegre ao lado de veteranos da Dupla como Ortunho, os goleiros Henrique e Silveira, lá pelo estádio da Montanha que acabou virando cemitério. 

Vi Ancheta por 9 anos e 10 temporadas (71 a 80), possuía um poster dele acima da cabeceira da minha cama quando tinha 12, 13 anos. Vi também, Oberdan, Hugo De Leon, Adilson e Mauro Galvão. Senhores jogadores, patrões da área, apesar de estilos diferentes, todos líderes seja pela raça, seja pela técnica, mas, reafirmo, todos com a qualidade da liderança, a ascendência sobre o seu time e os atacantes adversários. Geromel tem isso de sobra.

Pedro Geromel é um mistério, porque, olhando Marquinhos, Miranda, Tiago Silva, Dante, David Luiz, Gil e até Piquet e Sérgio Ramos, não consigo ver nestes nomes, alguém que supere o nosso camisa 3. Geromel deveria estar no Milan, Juventus, Barcelona, Bayern ou Real Madrid.

As ironias da vida apresentam essas situações. 

Talvez, a tremenda ironia do momento seja encontrar um eventual e improvável substituto para Geromel já na estreia da Libertadores. 



20 comentários:

  1. Sou fã do cara, mas será que é pra tanto?

    Dos que eu vi, Mauro Galvão, William e Rodolfo eram muito bons.

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    1. Glaucio
      Imagina o Geromel no Manchester ou Chelsea. O Galvão também jogava o fino, desde os 17 anos para 18, lá em 79.

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  2. INSCRITOS NA LIBERTADORES 2017

    O Grêmio definiu os inscritos, bem como a numeração dos atletas para a Conmebol Libertadores Bridgestone 2017.

    01 - Marcelo Grohe
    02 - Edílson
    03 - Pedro Geromel
    04 - Kannemann
    05 - Michel
    06 - Leonardo Gomes
    07 - Luan
    08 - Maicon
    09 - Pedro Rocha
    10 - Gastón Fernández
    11 - Éverton
    12 - Bruno Cortêz
    13 - Machado
    14 - Bruno Rodrigo
    15 - Rafael Thyere
    16 - Léo Moura
    17 - Ramiro
    18 - Lucas Barrios
    19 - Beto da Silva
    20 - Léo
    21 - Fernandinho
    22 - Bressan
    23 - Miller Bolaños
    24 - Dida
    25 - Jaílson
    26 - Marcelo Oliveira
    27 - Lincoln
    28 - Kaio
    29 - Arthur
    30 - Bruno Grassi

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    1. Léo, Machado e Bressan...o bom é que dá pra trocar mais tarde.

      Com todos à disposição, não é um grupo desprezível.

      Lateral esquerda e volãncia me parecem os problemas.

      Na meia, em tese, três bons nomes: Miller, Lincoln e Fernandez.
      Pro ataque: Luan, Barrios acima dos demais, mas Pedro Rocha, Everton e Fernandinho (que vem na melhor fase por aqui) são boas opções.

      Quem é esse Léo, nº 20 ?

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    2. Léo é o terceiro goleiro dos 4 inscritos.

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  3. Se chutar acima dos 2 metros, difícil do goleiro defender.
    É baixo demais para os padrões atuais do futebol.

    Goleiro Carlos Salazar, do ZAMORA FC

    Fecha de Nacimiento Agosto 20, 1980
    Lugar de Nacimiento Cumaná (VEN)
    Nacionalidad Venezolana
    Posición Portero
    Estatura 1,75 cms
    Peso 77 kgs
    Perfil Derecho
    En el club desde 2016
    Último Club Petare FC (VEN)

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    1. Tomara que tenham avisado o Renato.
      Uma perguntinha; lá, a altitude influencia?

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    2. Nadinha! É uma cidade normal. acho que está abaixo dos 200 metros do nível do mar.

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  4. Dos que vi só um é melhor: Gamarra. Duvido que no passado distante e no futuro próximo apareça alguém com um futebol próximo do futebol de Gamarra.

    No Grêmio, junto Geromel a Mauro Galvão. Sou fã de zagueiro "amigo da bola". Adilson, no Grêmio, se considerar todos os quesitos, não apenas habilidade, se juntam aos dois.

    Geromel foi um desses jogadores que saiu muito cedo para a europa e não conseguiu lugar em clube grande, o prestígio do clube conta: para a maioria dos treineiros não adianta o cara ser figura certa dentro de um ano num Bayern (ou, como o Bruxo citou, Milan, Juventus, Barcelona ou Real Madrid), ou está ou não está no Bayern, e se não está "não é tão bom", e na Alemanha jogou no Colonia... Jogou muito em Portugal, mas não pelo Benfica ou Porto, ainda que tenha sido premiado e reconhecido nos times pequenos em que jogou não se ganha a notoriedade merecida - ainda que, por jogar em times pequenos, precisa trabalhar muito. O Grêmio aproveitou um raro momento de fase não tão boa dele para contratá-lo, na boa fase não teria como contratá-lo.

    Geromel joga num clube com prestígio desbotado pelos anos sem ganhar nada (o titulo da Copa do Brasil pode começar a resolver o problema da visibilidade do Grêmio): um clube vencedor é mais visto, até por quem não torce para ele, e tem mais facilidade de colocar jogadores que se destacam na seleção, porque estes são mais rapidamente notados, algo como o corre com times de mais tradição na europa. No Grêmio atual, não adianta jogar seis meses bem, precisa de um ano para atrair a mesma admiração que adquiriria em pouco tempo num time vencedor, com mais prestígio (mesmo jogando menos) e que atrai mais midia e o interesse de um público que inclui não apenas os próprios torcedores - lembram do limitado Scheidt que foi convocado? Era um Grêmio mais "chamativo", vindo de muitos títulos frescos na memória nacional. Sem Scheidt fazer grande coisa Luxemburgo, que conhecia muito bem o Grêmio vencedor como vítima, o convocou.

    Geromel não está num dos centros mais badalados, Rio e SP, e aí a explicação fica parecida com a anterior: um clube de SP/Rio é mais visto, estão sob os narizes das sedes das emissoras nacionais, com um publico telespectador maior com pouco interesse no que não trata do seu clube, público grande até numa crise do time. Assim é com a torcida da dupla Grenal no noticiário gaúcho também: não tem saco para matérias sobre um Juventude (a menos que este se torne interessante, como na época da Parmalat), e seus bons jogadores não são facilmente notados, ainda que dali a 5 anos sejam titulares na seleção). Tais públicos, de Rio/SP em termos nacionais e da dupla Grenal em termos regionais, dirigem as matérias por audiência (grana), então num centro maior tudo que ocorre é rapidamente notado e divulgado, inclusive a excelência técnica de um jogador, e até perebas enganadores chegam a ter um bloco inteiro de algum programa esportivo nacional. Geromel, se jogasse em SP não precisaria se destacar por tanto tempo, já estaria na seleção há dois ou três anos, em pouco tempo já haveria lobby poderoso por sua convocação por parte dos palpiteiros paulistas e cariocas, haveria sempre um analfabeto caipira como o Neto o chamando de "monstro" no seu linguajar de "mano" - como chamou de "monstro" Tiago Silva ontem, apanhando com seu PSG vergonhosamente.

    Geromel tem mais de trinta anos, chegou no Grêmio perto dos trinta e já ultrapassou essa idade. Talvez a idade tenha influência (ainda mais se combinada com fatores anteriores) quando se pensa num trabalho de quatro anos e se deixa o mérito de lado se o cara não tiver supostamente idade que garanta trabalho a longo prazo sem cair o nivel.

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    1. Grande análise, Rodrigo.Não sei qual a tua idade, mas em 72, 73, o Chiquinho Pastor que não jogava nada (estava na partida do gol do Chamaco, Pequenas Histórias 150) foi convocado pelo Zagallo para a Seleção. Wilsinho, ponta do Vasco e tantas outras nabas, nem quero puxar pela memória. Lá, Geromel seria mais do que mito.
      Dos que eu vi jogar, Gamarra foi o melhor de todos. Teve azar de jogar num Inter decadente.

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  5. Como sou contemporâneo do Bruxo, vou me atrever a dizer que o maior zagueiro que vi jogar no Grêmio foi Ancheta.

    E para comprovar minha opinião, explico os motivos que me levam a considerá-lo um “monstro sagrada” da zaga gremista:

    Ancheta chegou ao Grêmio numa época em que se construiu, no Beira-Rio, o maior Inter de todos já vistos, tendo como linha temporal o ano de 1969, exatamente o ano de inauguração do estádio colorado.

    Naquele duro período para o torcedor gremista, e por anos a fio, a quarta zaga tricolor foi invariavelmente substituída. A renovação era quase anual. Somente a camiseta número 3 tinha um detentor que não deixava dúvidas de quem merecia vesti-la.

    Lembro-me de Beto Bacamarte, Beto Fuscão, Renato Cogo, Oberdan, Tadeu Vieira, Vicente, Vantuir, dentre outros emergenciais, que formaram dupla com o “gringo”. Nos melhores anos do Inter, Ancheta seguia lá na zaga, rivalizando com Figueroa, os votos de melhor zagueiro brasileiro.

    Pois esse zagueiro, que atravessou uma década inteira como titular, não sucumbiu ao grande time colorado, que a cada GRENAL incinerava goleiros, laterais, zagueiros, volantes e atacantes gremistas. Ancheta, não! Ancheta estava sempre lá! Intocável na sua posição.

    Sabiam os dirigentes gremistas de então, que o melhor zagueiro da Copa do Mundo de 1970, que enfrentou feras do futebol, não era o culpado pelas ondas de vitórias alcançadas pelo time colorado, ano após ano.

    Talvez Pedro Geromel venha a ser um novo Ancheta, mas na minha modesta opinião, ainda tem muito a galgar para chegar próximo de um craque como era o uruguaio.

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    1. Ancheta era monstro! Jogou com tantas nabas à frente dele. Figueroa que jogava o fino, sempre teve um paredão à frente, ou melhor, dois, Carbone e Tovar, Caçapava e Falcão, Caçapava e Batista.

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    2. Entendeste o motivo da minha escolha por ele? Já fiz esse exercício de memória, imaginando o Atilio no Inter e o Elias no Grêmio, na mesma época. Provavelmente, ambos seriam os mesmos gênios que foram, só que um seria super campeão e o outro seria um monstro.

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    3. Bruxo, tu vês como o futebol perdeu o poder de investimento no Brasil que os dois clubes de Porto Alegre, trouxeram de Nacional e de Peñarol, os dois melhores zagueiros das Américas. Um deles, tinha sido o maior zagueiro de 1966, na Inglaterra, e o outro de 1970, no México. E esses caras só enfrentavam feras! Tá doido! E eu tenho que me contentar com o Paulo Marcos de titular!

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    4. Na década de 70, a Europa estava com o mercado fechado, abriu no final, acho que com Enéias Camargo da Lusa.
      E alguns achavam que era porque na ditadura militar a coisa era boa.

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  6. O presidente do Zamora FC chama-se Adelis Chavez. É irmão de Hugo Chavez.

    O time do Zamora é anão! Dois jogadores com 1,81, são os mais altos, os demais: 1,79 (1); 1,77 (1); 1,76 (2); 1,75 (1); 1,72 (2); 1,71 (1); 1,60 (1).

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    1. Colocaram um cusco como principal atacante (rs,rs,).

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